Violência contra homossexuais ocupa o terceiro lugar da lista de denúncias feitas na Delegacia de Combate de Crimes Discriminatórios (DCCD) em Belém. Uma pesquisa realizada na Bahia estima que cerca de 400 homossexuais são assassinados por ano no Brasil. Os dados apontam para um crescimento das denúncias mas, para a delegada que coordena a DCCD, Lucinda Antunes, poucos casos são registrados. Em 2008, sete procedimentos foram instaurados, enquanto de janeiro a agosto desse ano, os registros chegaram a oito.
Na maioria das vezes, conta a delegada, os procedimentos acabam não sendo instaurados por conta da falta de testemunhas. “Essa é a grande dificuldade. Eles não conseguem testemunhas para que a gente possa ter a prova do crime e acaba não tendo como dar continuidade ao caso”. Segundo a delegada, não se tem um dado exato do número de ocorrência registrada, porque os casos são denunciados em diversas delegacias.
Kamille Ohanna diz que tem sorte, porque nunca sofreu nenhum tipo de violência, mas conta que já teve uma amiga agredida. “Ela foi agredida por um cliente, e chamou a polícia, mas o caso se resolveu ali mesmo e acabou ficando sem punição”.
Para Ivon Cardoso, coordenador da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), a intolerância da sociedade ainda é a maior dificuldade. “O homossexual é obrigado a conviver com o preconceito, muitos são expulsos de casa, quando assumem a identidade”. Ivon explica que os casos de assassinatos ocorrem principalmente contra profissionais liberais que moram sozinhos, porque são mais vulneráveis. “As pessoas são tão intolerantes, que chegam ao ponto de pensar que eliminar é a solução e por isso matam, e são assassinatos cruéis”. (Diário do Pará)
athos
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