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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vibrante


CONTO ERÓTICO

A magia da situação que desperta sensações mescladas que deixam os sentidos despertos e o corpo em ardência. O complemento da música que rompe o silêncio das vozes, o sibilar do vento entrando pelas janelas e a escuridão atenuada pelas velas. O cheiro suave do perfume de incensos que queimam lentamente, envolvendo a alma da mesma forma que os braços envolvem sutilmente o corpo dançando nu.

Cabelos soltos, olhos de mistérios, pele alva, sorriso que prende o olhar, quadris ritmados, seios soltos, sexo molhado... O tempo parece parado à espera que seja concretizado o desejo de se dar. Desce o corpo aos pés, sobe à boca, vira de costas sentindo a suavidade perfumada da pele e o roçar dos pelos do sexo na bunda.

Graciosidade e luxúria despertando a paixão de querer exatamente o que se pode dar. E aquela magia completa do momento encanta e atiça o culto ao corpo da deusa encarnada que ao mesmo tempo é oferenda deitada nua sobre o altar da inocente malícia de fazer do sexo presente do amor.

A instigante tentação é o sabor da canela e da maçã nas bocas que se entreabrem sempre para o beijo esperado. As pernas separadas deixando à mostra a anatomia encantada e molhada do desejo que lubrifica a espera ansiosa de ser preenchida. As mãos envolvem as coxas torneando com o calor a forma exata de querer sorver o amor lentamente como se fosse possível tomar para si a vida que dali emana.

A boca e os lábios como únicos e a língua saciando-se dos movimentos contínuos e acelerados da pulsação cada vez mais forte da proximidade do orgasmo que clama o complemento natural para o qual foi criado. As faltas existentes são supridas por artificialidades convenientes ao momento e o complemento entra em cena no mesmo instante que o corpo exige, preenchendo, sem deixar nada a desejar, o vazio.

O vai e vem falado e sem comedimentos. Geme de prazer nos palavreados chulos que seduzem porque cabem na cena da permissividade quando se ama sem culpas. De puta a vagabunda, códigos sensuais de acesso para desencadear o prazer, antes guardados, e realizar as fantasias trancafiadas na intimidade da solidão.

Uma, duas, três vezes seguidas com as unhas cravadas nas costas, os dentes mordendo a outra boca, os olhos fechados e os gemidos gritados pelo prazer sentido.

Reinicia o enredo dos lençóis que envolvem os corpos que, antes saciados, agora pedem mais. Tudo é um reinício. E o tempo, neste momento, não é o senhor das vontades.

Os papéis se invertem e o desejo recomeça. O que antes era ofertado torna-se o que quer receber, no culto ao corpo que vibra ao ser oferecido com tanto prazer.

dykerama

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