CONTO ERÓTICO
Há três meses eu tentava evitá-la por um simples motivo: não acho ético se envolver com uma leitora/fã dos meus textos, mas ela era muito insistente, além de bela.
Entre e-mails, recados no orkut e até telefonemas, terminei cedendo, afinal, sou de carne e osso. A primeira vez que saímos fomos a um pub mexicano super interessante. Da segunda vez fomos jantar num japonês. Ela era culta, inteligente, charmosa e agradável e estava solteira. Inacreditável. No terceiro encontro fomos para uma festa gay de um amigo meu. Quando ela desceu do edifício onde morava e entrou no meu carro fiquei perturbada. Naquela noite ela estava especialmente linda e me assustei com tanta presença. Aliás, linda era pouco: era grande, em todos os sentidos. Tinha um abraço quente, forte, que me envolvia. E uma pele que exalava um cheiro tão particular que me entorpeceu de cara. Foi ali que eu soube que toda minha “ética” e limite iam por água abaixo.
Ali eu soube que queria dar para ela.
Sorrimos e seguimos para o nosso destino. Ela me perguntou qual a música que eu mais curtia. Liguei o som do carro e mostrei “Bitch”, de Room Eleven. Distraída e comentando sobre a música nem percebi as suas segundas intenções, também transparentemente explícitas, tanto quanto as minhas.
Quando o farol ficou vermelho ela se atirou em minha direção e me roubou um beijo, decidida e destemida. O beijo quente, suave e macio que eu correspondi de cara. Foi se intensificando cada vez mais e me envolvendo e me penetrando de uma forma que sentia toda minha boca ser tragada por seu desejo e calor molhados da língua macia e ousada, que chupava a minha, que se esfregava na minha, que se espalhava na minha e na minha buscava prazer...
Abri cada vez mais a boca, da mesma forma que abria os poros e os pensamentos envoltos por um desejo infindável e tesudo da carne dela. Entrei na primeira rua que encontrei menos movimentada, travei as portas e desliguei o carro. Ela ali, na minha frente, me sugando, os cabelos negros e compridos, os ombros largos e fortes, as pintas espalhadas pelo colo, a boca incrivelmente carnuda e deliciosa que se encaixava perfeitamente na minha, tomando ambas um banho de nossa saliva. A dança de nossas línguas e dos nossos corpos era suave e intensa, como deve ser, onde o desejo finge a guerra e a disputa: uma querendo dominar a outra. E entre tesão, suavidade e sorrisos fomos dançando a nossa dança fingida, liberada, consentida, cada vez mais ela em mim, que já abria minhas pernas para ela; cada vez mais as mãos dela percorrendo minha pele toda, cada canto com um toque mais intenso explodindo de desejo.
Eu sorria entre seus lábios e ela retribuía com a expressão ainda mais safada, de quem sabia dançar a música muito bem. Se jogou em cima do meu corpo com seu corpo inteiro, me arrastando para o banco de atrás, como se tivesse cronometrado cada passo, milimetricamente calculando o encaixe perfeito de nós duas. Calor, suor, cabelos misturados, sussuros, suspiros, gemidos, mordidinhas, lambidinhas, bocas que se permitiam, que se queriam, que se consumiam e se afogavam uma na outra enquanto os corpos se jogavam um contra o outro num ritual tântrico.
E assim cada vez mais colávamos uma na outra. Seus olhos não paravam de desafiar os meus numa fixação avassaladora de tanto desejo e apenas fechavam quando sincronizavam com os lábios semi-cerrados que encaixado em minha orelha gemia no meu ouvido...
Ela se despiu de seu vestido e rasgou minha roupa numa velocidade absurda, apertou as minhas coxas como quem quisesse apertar toda minha carne por dentro. E eu a ofereci: toda a minha carne molhada e trêmula para ser devorada e degustada em suas mãos. Com a boca sufocada em minha nuca e pescoço, senti o seu corpo cobrindo o meu, emanando um calor de derreter satélites, e assim abri ainda mais minhas pernas, para que sua mão delizasse por minhas coxas até minha boceta e sentisse o calor e a umidade que ela havia trazido à mim, que ela mesma provocou.
Seus cabelos caiam sobre meu rosto, seus peitos espremiam os meus, seu umbigo tocava o meu e o seu cheiro se confundia com o meu. Ela tocou a minha boceta delicadamente para sentir o quanto eu estava molhada. Gemi. Ela sorriu e escorregou os dedos brincando entre os pequenos e grandes lábios e parou mexendo no meu grelinho, friccionando-o, dominando cada gemido que eu soltasse para ela, de acordo com suas próprias vontades.
“Shhhhhh..”.
Olhou fundo nos meus olhos, a boca a menos de um centímetro da minha, como quem quisesse ver minha reação, e enfiou o dedo maior inteiro dentro de mim.
“AaaAAaahhhh....shhhhhhhhhhhhh , que delícia!”
Depois colocou mais outro e agora me fodia com os dois dedos. Me fodia intensamente, rápido, cheia de fome de mim, enquanto eu gemia loucamente em seu ouvido e pedindo mais e mais. Sempre mais. Ela desceu até onde se encontravam seus dedos e pôs a boca na minha boceta inteira, alternando o movimento dos dedos que me fodiam com sua língua ágil e deliciosamente hábil enquanto eu me contorcia dentro do carro esquecendo do mundo do lado de fora e de que se tratava de uma leitora quase desconhecida para mim.
Inclinei o quadril para frente e joquei a cabeça para atrás, franzindo a testa de tesão e prazer. Senti o piercing de sua língua, gelado e lutando contra o fervor de sua boca em minha boceta. Ela me fodeu mais e mais e mais, com dois dedos e uma língua incrivelmente divina dentro de mim e contra o meu grelinho sensível àquela sensação terrivelmente deliciosa.
“-Vai, empina essa bundinha pra mim que eu vou te comer toda agora. Vou te comer como homem nenhum te comeu no mundo!”
Obedeci, louca para dar para ela, me entregar inteira ao movimento dos seus quadris, para frente e para trás, forte e devagar, rápido e de leve...de todas as formas eu só queria ser fodida por ela, como nunca tinha fodido com ninguém.
Me empinei pra ela ver bem a minha boceta molhada e gostosa na sua frente, sendo oferecida para o seu deleite. Ela agarrou a minha bunda, me apertou com força e me penetrou na boceta com tanta força e visceralmente que gemi alto e gostoso a cada penetrada.
Ela rebolava gostoso em cima de mim e eu pedi para que fizéssemos 69. Quando o sexo é gostoso assim, bom é gozar na mesma hora.
Dessa vez fiquei por cima, sentada no seu rosto, rebolando em sua boca, sentindo o seu piercing me “ferir”. Um objeto estranho que era muito bem-vindo e muito bem conduzido.
Os gemidos que ela soltava me enlouqueciam mais e mais e eu queria me dissolver na boca dela e engolir a sua boceta ao mesmo tempo. Ela melava meu rosto do seu líquido e eu rebolava toda minha boceta no seu rosto. Os tremidos aumentavam junto com os gemidos, eu estava pirando de tanta delícia e o medo de sermos pegas aumentava ainda mais o prazer. Senti um tremor que me tomou da cabeça aos pés e comuniquei que estava prestes a gozar:
“Goza comigo, linda, goza!”
Ela soltou outro gemido ainda maior como quem tivesse concordado e aumentou o ritmo do seu rebolado no meu rosto. Era uma dança linda e deliciosa e nessa dança tão íntima, suada, molhada, quente e macia, nós gozamos ao mesmo tempo, uma na boca da outra, num abraço que confundiu nossa identidade.
dykerama
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