O comportamento de Marcelo Dourado, participante da décima edição do reality show global Big Brother Brasil, continua desagradando instituições de defesa dos direitos humanos. Além de homofóbico, o brother é agora acusado de machista, por ter dito que a participante Angélica, que é lésbica assumida, só o enfrentou por ser mulher.
O confronto entre os dois se acirrou na última terça-feira, 16 de fevereiro. Angélica acusou Dourado de estar combinando votos logo após a eliminação da participante Elenita. Na última quarta-feira, ele disse que agrediria Angélica pelas acusações se ela não fosse mulher. “Ela foi covarde porque é mulher. Primeiro, ela sabe que eu não bato em mulher e, segundo, porque ela sabe que eu não posso agredir ninguém aqui no programa. O jeito que ela bateu a mão no peito e apontou o dedo pra mim, era pra eu ter quebrado o dedo dela, enchido ela de porrada e deixar ela desmaiada no hospital”.
Por conta destas e de outras afirmações, como a de que somente homens homossexuais contraem o vírus da aids (homens hétero não), a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) divulgou uma nota de repúdio ao lutador.
Em um trecho da nota, a ABGLT diz que “as atitudes e declarações de Marcelo Dourado, em um programa de televisão com grande audiência nacional, apenas servem para reforçar toda esta carga de preconceito, discriminação e estigmatização contra a população LGBT, e demonstram a impunidade com que esta forma de discriminação se aplica na sociedade brasileira, ao contrário do racismo e outras formas notórias de discriminação passíveis de punição prevista em lei”.
A ABGLT ainda alerta que é preciso criar iniciativas, como o Plano Nacional de Promoção dos Direitos Humanos e Cidadania LGBT, do governo federal, para que diminuam "o preconceito e a discriminação contra pessoas LGBT, e que se promova o respeito às diferenças".
Marcelo Dourado enfrenta a própria Angélica e Dicesar (a top drag Dimmy Kieer) no paredão desta terça-feira, 23 de fevereiro. Dois homossexuais assumidos disputando com o participante acusado de preconceito e homofobia a preferência do público para ver quem deixa a casa e o sonho de ganhar o prêmio de 1,5 milhão de reais.
uol
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