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quinta-feira, 4 de março de 2010

Globo pode responder a inquérito por declaração homofóbica de Marcelo Dourado no BBB


A declaração homofóbica de Marcelo Dourado, participante da 10ª edição do reality show Big Brother Brasil, sobre apenas homens homossexuais contraírem o vírus da aids, pode gerar problemas judiciais para a Rede Globo. A Procuradoria da República em São Paulo instaurou inquérito civil público para apurar a responsabilidade da emissora sobre a declaração, que foi ao ar no dia 9 de fevereiro.

Segundo a coluna Outro Canal, do jornal Folha de S. Paulo, o procurador Jefferson Dias, da regional dos direitos do cidadão, afirmou que a Globo terá de se retratar se sua responsabilidade sobre a declaração for comprovada. Uma possível saída é a emissora realizar uma campanha educativa no próprio programa para minimizar os danos causados pela informação equivocada.

Quando o programa com a declaração de Dourado foi ao ar, o apresentador Pedro Bial afirmou que a Rede Globo não tinha responsabilidade sobre as declarações dos participantes e forneceu o endereço do site sobre aids do governo para o público se informar apropriadamente. Mas tanto o procurador quanto o infectologista Ronaldo Hallal, coordenador das diretrizes de tratamento de Aids no Ministério da Saúde, discordam. Para eles, a emissora é sim responsável por ter dado voz ao participante.

Hallal afirma que, apesar de os acessos ao site www.aids.gov.br terem subido de 7.000 para 17 mil, no dia do programa, "isso não se compara ao número de pessoas que viram o BBB e não foram ao site". Segundo a coluna Outro Canal, para o infectologista a declaração de Dourado "reforça o estigma de que só homossexuais são portadores do HIV".

A Rede Globo declarou, através sua assessoria de imprensa, desconhecer até esta quinta-feira, 4 de março, a existência desse inquérito. E reafirmou que as "declarações e opiniões pessoais de participantes de reality shows" não são de sua responsabilidade.

uol

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