Em entrevista publicada na edição da revista JUNIOR de número 11, o autor de novelas Gilberto Braga disparou: “ator gay com potencialidade de galã tem mais é que ficar discreto. Veja o caso do Rupert Everett. Excelente ator, bonitão. Desde que assumiu está sendo chamado para papéis de galã? Que eu saiba não está. Em televisão é pior ainda do que cinema, porque o espectador médio é mais conservador”. A declaração foi replicada por inúmeros sites e saiu até na revista Veja.Vale lembrar que Gilberto Braga é gay, casado há 35 anos e não está longe de qualuqer tipo de preconceito. O que ele declarou nesta entrevista é um fato. A visão do jornalista norte-americano Ramin Setoodeh, da revista Newsweek, é parecida. E ele vai além. Em artigo publicado pelo semanário e também replicado pela mídia mundial, o colunista diz que na TV e no cinema, personagens gays são intepretados por atores notoriamente héteros, que cada vez mais apelam para esses papeis.Setoodeh, que também é gay, acredita que os grandes estúdios tem evitado atores assumidos para papeis de homossexuais, que são destinados a atores heterossexuais."A situação é desfavorável para os gays", diz Setoodeh. No artigo o jornalista sugere que os estúdios temem que um ator gay possa desagradar o público e prejudicar as bilheterias. "Logo, atores héteros ganham os papeis de gays e o comentário geral é de como eles são corajosos", declarou ele. Os exemplos são muitos. "O Golpista do Ano" com Jim Carrey, Ewan McGregor e Rodrigo Santoro em papeis gays (todos héteros, como se sabe); “Brokeback Mountain” com Heath Ledger e Jake Gyllenhaal nos papeis principais; Sean Penn e James Franco em “Milk” etc.No Brasil a realidade é a mesma. Na mais recente leva de filmes com personagens gays, galãs conhecidos (e casados) interpretam gays. Em “Como Esquecer”, Murilo Rosa vive um gay esteriotipado; no filme “Estamos Juntos”, com estréia prevista para setembro próximo, é Cauã Reymond quem interpreta um DJ homossexual. Em “Do Começo ao Fim”, os irmãos gays são intepretados por João Gabriel Vasconcelos e Rafael Cardoso. Até travestis são intrepretados por atores heterossexuais. Veja o caso de “Elvis e Madona”, com Igor Cotrin de peruca e salto alto vivendo a personagem título. Até Milhem Cortaz, um grande ator de aspecto rude e másculo foi elencando para o papel de uma travesti em “Se Nada Mais Der Certo”. E ele a fez tão perfeitamente que rouba a cena do filme. Na TV vale o mesmo: Julinho (André Arteche) e Osmar (Gustavo Leão) de Ti Ti Ti. Héteros assumidos. Agora as expectativas giram em torno da nova novela de Gilberto Braga, “Insensato Coração”, com estréia marcada para o dia 17 na Rede Globo. Serão seis papeis de homossexuais, alguns já elencados. Rodrigo Andrade, Leonardo Miggiorim, Marcos Damingo, Wendel Bendelack, Edson Fieschi e Cristiana Oliveira. A gente não sabe se algum deles é gays. Mas temos certeza que pelo menos nenhum é assumido.
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