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domingo, 2 de janeiro de 2011

Através do Espelho: Sexo, Fetiche e Estilo


Ela a olhou, seu olhar atravessou suas roupas, puxou pra junto dela com uma pegada que fez suas pernas bambearem. Quando estava pronta para ser beijada, ela encostou os lábios em seu ouvido e apenas disse: “vadia, já volto”.
Engoliu seco, seu sexo pulsou, apertou as coxas e viu Sophia entrando no banheiro. Sem fazer a mínima ideia do que estava por vir, Lívia resolveu se vestir com as roupas que tinha ali, colocou um shorts doll preto bem sensual, com uma micro calcinha de renda preta, e uma blusinha preta transparente, que deixava os bicos rijos dos seus seios saltados, seu corpo já estava queimando, quando ouviu uma voz de comando: “liga o som”.
O som a entorpeceu e, sem pensar, subiu na cama. Foi sentindo a música e dançando ( wanna use you, And abuse you, I wanna know whats inside...), prensava seu corpo contra a parede, rebolava, adorava rebolar, sentir o movimento provocante de seu quadril. Durante aquela manifestação corporal de sua libido, Sophia entra, vestindo chapéu preto, camisa branca, gravata e uma calcinha box.
Lívia, dançando em pé na cama, passando suas mãos pelo corpo, olhou profundamente para aquela mulher e sentiu-se inteiramente dela, um êxtase mental. Sophia, ao ver sua mulher expondo-se, sobe na cama, ajoelha-se, passa a lingerie que estava em sua mão pelo rosto. Lívia deixa-se totalmente domada, e enquanto Sophia a instiga, provoca, a fode, come, Lívia permanece vestida.
Sem “permissão” para tocá-la, o que aumenta sua excitação. Nua na cama, é devorada por aquela a quem entregou todo seu corpo, de quatro, em pé, de lado, deitada com as coxas profanamente abertas. Enquanto vai ouvindo Sophia liberar o êxtase do comando, com adjetivos dos mais maliciosos e imorais (“vadia, vagabunda, cadela, puta, você é minha, é gostoso te fuder”) a única coisa que Lívia consegue falar é: “não tira a gravata...”
Determinadas roupas podem fazer um ‘estrago’ imenso. Às vezes, a libido é tão visual que o simples fato de ver aquela vestimenta, composta numa atitude condizente, causa um orgasmo mental.
No entanto, uma mulher vestindo uma roupa militar camuflada, de coturno, totalmente “agressiva”, não combina com uma postura de lady passiva. Da mesma forma que uma roupa de colegial não suporta uma conduta de sadomasoquismo.
Imagine uma mulher de calça de couro agarrada, sandália longa de salto, blusa justa curta de couro, usando máscara e um chicote, que se comporte com delicadeza... quebra o fetiche!
Uma mulher deliciosamente vestida de corpete preto de renda, cinta liga, meias 7/8, sandália de salto, unhas cumpridas, brincos longos, batom vermelho nos lábios, gargantilha no pescoço, se comportando com uma ‘virgem’... destrói a imagem.
Por isso, não basta o visual. Você tem que encarar o ‘teatro’ que ele representa, tem que se entregar à fantasia, seja a sua ou de sua parceira. Já dizia o ditado: quem esta na chuva... Se molhe por inteira, literalmente, deixe a imaginação fluir, o instinto florescer, deixe o botão do seu id no comando e se entregue ao momento, sem barreiras, moralismo e nunca se sinta constrangida ou idiota, porque esse tipo de fantasia só funciona se estiver completamente doada, nada pior que um look ofuscado pelo bloqueio.
Muitas pessoas acham errado, ou até mesmo ridículo, esse tipo de fantasia. Eu acho o máximo! Na cama, a criatividade é fundamental, deixar o imaginário, o improvável, o elemento surpresa invadir e entrar nos lençóis é uma ótima pedida para evitar ou tentar diminuir o desgaste de anos de relacionamento. Nada melhor que experimentar a mesma pessoa de várias formas e se deliciar com orgasmos diferentes.
Se a imaginação existe, por que não dividir isso com a parceira? Quem aqui nunca pensou em transar loucamente com a Tomb Raider? Atenção: esqueçam a Angelina Jolie, senão é sacanagem! Pensem só na imagem, no que ela representa. Quem aqui nunca pensou em ser devorada por uma mulher largada, carente e safada? Quem nunca quis uma intensa pegada de Shane?”Que tal ser ativa e comer com ‘10 talheres’, de todos os jeitos, uma mulher como a Carmem (também do seriado The L World) ou passar horas na cama com uma deliciosa esportista como a Dana? Sabe aquele trecho de uma música interpretada pela Ana Carolina: fui eu quem bebi e comi a Madonna... Madonna, meu sonho de “consumo” declarado! Quem nunca teve algum pensamento erótico, despudorado com ela, a mulher camaleoa, poderosa e que exala sexualidade.
Quem já não quis uns momentos calientes com a Xena, jogar na parede e transar com a Lindsay Lohan, passar uma noite com a Evelyn Renée O’Connor, jogar na cama e virar e ser virada do avesso pela Natalie Portman... Enfim, existem mulheres bem melhores que essas que citei. Não sou boa com celebridades, prefiro mulheres “reais” e fantasias tocáveis. Atitude é melhor que tela de cinema e palco de shows, com exceção da Madonna!
Se essas imagens existem e provocam excitação, por que então não dividir esses fetiches com a companheira? Por que não curtir um momento diferente? Não estou falando para a parceira fingir ser uma dessas pessoas, estou falando de estilo e atitudes. Invista no elemento surpresa, vista algo diferente, teste limites, use a criatividade e o bom humor. Leve para o motel aquela roupa ousada, encare uma mulher de boate e faça um strip!
Tatuagens, por si só, causam um estrago delicioso para muitas de nós. Se você tem tatuagens e sua mulher gosta, abuse delas, encare um tipo motoqueira, roqueira. Se sabe tocar algum instrumento, como violão, “transforme-se” na cantora sapatão de MPB (o que tem tudo haver!) e a instigue.
Eu, particularmente, tenho tesão por mulheres que tocam violão. Se tocar guitarra ou for vocalista de banda... surto! Sabe aquelas fantasias secretas que você usa no seu momento íntimo de masturbação? Ponha em prática! Compartilhe com a parceira, o bom sexo também precisa de um diálogo franco, direto, sem pudor.
Já se olhou nua? Se olhe, se goste, se deseje, se coma, se reinvente a cada momento e tenha sempre a liberdade de ter prazer com tudo que lhe excita, sem pensar em dogmas ou valores não escolhidos por você. Gozo mental é tão bom quanto orgasmo físico. Até porque, se a mente não funcionar, o sexo não corresponde.
* Patty Gra é formada em Direito e Artes Cênicas, típica nativa de escorpião com ascendente em touro. Ciumenta e impulsiva. Adora praticar esportes, é amante de escalada esportiva, rafting, canoning, rapel e aficcionada por mergulho.
dykerama

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