A justiça do Malauí sentenciou a 14 anos de prisão, com trabalhos forçados, o casal homossexual Tiwonge Chimbalanga e Steven Monjeza, preso em dezembro passado por celebrar sua união publicamente em uma cerimônia simbólica. Os dois, que vivem juntos há cinco anos, foram considerados culpados por “violar a ordem da natureza” na última terça-feira, mas a sentença, conforme anunciado, foi proferida nesta quinta-feira, 20 de maio.Ao pronunciar a sentença, que foi a punição máxima possível prevista nas leis do país africano, o juiz Nyakwawa Usiwa-Usiwa afirmou que o casal praticou atos de sodomia, o que ele considera "um ato contra a natureza". “As sentenças máximas devem ser usadas nos piores casos", declarou Usiwa-Usiwa. "Nós estamos aqui sentados para representar a sociedade do Malauí, que eu acredito não estar pronta para ver seus filhos se casando com outros filhos e fazendo cerimônias de casamento", fez também questão de ressaltar. Durante o julgamento, que ocorreu em um tribunal da cidade de Blantyre, a procuradora da polícia chegou a pedir uma punição severa e “exemplar” ao casal. "Em nenhum momento eles demonstraram arrependimento por seus atos, ao contrário, parecem estar orgulhosos", afirmou a procuradora Barbara Mchenga, acrescentando que os dois provocaram "uma cicatriz moral no país" ao realizar a cerimônia de união. Após a sentença ser anunciada, uma multidão que se encontrava do lado de fora do tribunal ecoou gritos como "catorze anos é pouco, eles devem pegar cinquenta” ou “vocês tiveram o que merecem". Monjeza teve uma crise de choro após a sentença enquanto Chimbalanga, surpreendentemente, declarou à imprensa presente, em poucas palavras, não estar preocupado. O advogado de defesa do casal, Mauya Msuku, afirmou que irá apelar. O Malauí é um dos vários países africanos onde a homossexualidade ainda é crime e o caso de Chimbalanga, 20 anos, e Monjeza, 26 anos, repercutiu negativamente entre defensores dos direitos humanos em diversas partes do mundo. Há inclusive, um temor que a condenação abra um precedente jurídico e que também possa colaborar para que outros países africanos aumentem a repressão contra os homossexuais.
uol
Um comentário:
É lamentável que ainda existam países onde se pratique estes atos de preconceito. A homofobia que deveria ser um crime, não é mesmo? E não aunião entre gays. Coisa absurda.
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