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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Assumida, cantora Raquel Becker fala sobre carreira, público gay e Cássia Eller


“Sou livre, sou feliz”, diz a cantora Raquel Becker em entrevista exclusiva ao Mix Brasil. Lésbica assumida, a artista lança o segundo álbum “Sentidos” , reflexo do amadurecimento de sua carreira e vida. Com faixas que mesclam rock com MPB, Raquel propaga mensagens de amor, cotidiano, e garante que não canta apenas para as mulheres. Afinal, héteros, gays e trans precisam de música para embalar e marcar momentos. A artista, brasiliense de coração, se apresenta hoje, dia 7, às 22h, no Tom Jazz, em São Paulo. A apresentação faz parte do projeto beneficente em prol das vítimas do incêndio na comunidade do Real Parque, Zona Sul de São Paulo. Em conversa com o Mix Brasil, Raquel fala sobre a carreira, contato com Cássia Eller e referências musicais. As cantoras lésbicas têm uma imagem muito forte ligada ao violão e barzinho. Curiosamente você ganhou um violão aos 8 anos de idade do seu pai. Você teve essa vivência de bar?É engraçado porque eu não tive uma trajetória de barzinho. Comecei adolescente em Brasília e existia um espaço de rock, que se apresentavam alguns nomes, como Cássia Eller. Todas as bandas da cidade tocavam. Então a experiência já era de palco, de show. Eu com 15, 16 anos era baterista. Hoje não tenho tanta intimidade com o violão, apesar dele ser meu instrumento de composição, pois gosto de me sentir livre no palco.Chegou a conhecer a Cássia Eller nessa época?Conheci. Ela foi assistir a um show da banda em que eu era baterista. Isso foi antes dela ir ao Rio de Janeiro, fazer e acontecer. Depois do show, ela conversou com a gente e até me convidou para tocar na banda dela, embarcar para o Rio. Mas, com 16 anos, não deu para ir. Para você ver, né...depois ela se tornou uma das maiores cantoras que tivemos no Brasil. Ela foi para o Rio e já assinou com a gravadora. Suas músicas falam de amor, relacionamento, vida. Falam de algumas experiências pessoais?Com certeza. Experiências que eu vivi e que me marcaram. Experiências de amigos e amigas que me passaram uma mensagem. A música está presente na nossa vida e algumas experiências estão diretamente ligadas a ela. A música, às vezes, retrata muito bem o seu momento.No palco, sua interpretação é forte. Sua voz é clara. Sua imagem preenche todo o palco. Quais foram suas influências?A influência veio da banda Kiss, passando pela interpretação do Ney Matogrosso. Adoro Jorge Vercilo também, que se tornou um amigo de composição. Ah! E claro, a cantora Pink. Como você classifica o seu som? Sentidos é um trabalho bem mais amadurecido. Trago uma mescla de MPB e Rock. É um som forte, mas que não agride. Não é um rock rasgado, mas é uma música que marca. Ocorre essa identificação do público gay, das lésbicas?Não vejo tanta distinção de um público ou outro. Os gays estão tão presentes na sociedade que fica complicado diferenciar. Como é um show alegre, que fala de amor, cotidiano, as pessoas se identificam com a mensagem. Mas noto a presença gay no camarim, sim.No palco, você canta para mulheres ou para homens?Hahaha. Canto para todo mundo, para todo ser humano. Todos passam por experiências de amor. Em 2007, seus cabelos eram até os ombros, a imagem era outra. Hoje você tem o cabelo curto, moderno, a maquiagem principalmente nos olhos é beeem forte. Você está em outra fase?Sim, estou em uma fase mais madura. E o visual acompanha esse amadurecimento. A pessoa que escuta a música vai saber exatamente o porquê do visual. Estou em uma fase mais evoluída tanto na parte profissional quanto na pessoalVocê é lésbica assumida?Sou. Acredito em toda forma de amor. As pessoas devem ser livres, viver livremente, sem falsos moralismos. Minha sexualidade não ajuda nem atrapalha no meu trabalho. O que influencia é a mensagem que eu quero passar. Sou feliz e sou livre. No seu CD tem a participação especial de Jorge Vercillo. Como aconteceu essa parceria?Fui na gravadora e quis incluir uma composição do Jorge no meu segundo CD. Como é a mesma gravadora dele, liguei e ele prontamente aceitou e adorou a proposta. Fizemos um novo arranjo e quem escutou adorou o resultado. O que o público pode esperar do seu show hoje?Quero convidar todo mundo a assistir meu show. É um evento, além de muita música bacana, tem toda a questão beneficente. Garanto que vai ter muita música, energia e amor. SHOW COM RAQUEL BECKERDia: 9 de outubroCouvert Artístico: um kilo de alimento não perecível. O material arrecadado beneficiará as famílias atingidas pelo incêndio na comunidade do Real Parque, zona sul de São Paulo por meio do projeto Casulo.Horário: 22hCensura: 18 anosEstacionamento com manobrista: R$ 15,00Ar condicionadoAcesso para portadores de necessidades especiais .
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