Divulgada recentemente, uma pesquisa feita na Parada do Orgulho LGBT de Belém do Pará de 2008 revelou que sete em cada dez homossexuais já se sentiram discriminados, o que representa 71,4% dos entrevistados. Mais impressionante é que 59,9 % dos entrevistados, ou seja, seis entre dez, já foram vítimas de agressão por conta da orientação sexual.
Realizada pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos, a pesquisa revelou com precisão o tipo de agressão sofrida a partir das categorias “agressão física”, “agressão verbal”, “ameaça de agressão”, “Boa Noite Cinderela”, “violência sexual” e “chantagem ou extorsão”. Os cenários das agressões também foram divididas por escola, o ambiente de trabalho, delegacias, comércio, locais de lazer, igreja etc. E o resultado disso foi que 50% dos (as) entrevistados (as) afirmaram terem tido tais experiências em locais públicos, 23,3% em casa, 10,2% na escola ou faculdade, 6,8% em estabelecimentos comerciais e 2,8% no trabalho.
Outro fato que chamou a atenção é que o estudo coordenado pelos antropólogos Sérgio Carrara (CLAM/IMS/UERJ) e Cristina Donza (UFPA) revelou que 40,3% dos que foram agredidos jamais relataram a agressão por vergonha ou medo. “Os dados coletados na Parada LGBT de Belém confirmam a tendência apontada em nossas pesquisas anteriores: as agressões, ainda que graves, dificilmente são denunciadas a alguma autoridade e podem jamais serem contadas a qualquer pessoa, nem mesmo a amigos e familiares”, afirmam os coordenadores do estudo.
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