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terça-feira, 6 de julho de 2010

A história de Terezinha e seus três amores (im)possíveis



Quis o destino (ou a devoção católica de seus pais) que a Maria tivesse o belo e antiquado nome de Maria Tereza. Com nome de santa e cara de anjo, não existe nem no céu nem na terra alguém com tamanho talento para se meter em confusão.Não sei se escrito ou se coincidência, em sua eterna busca pelo grande amor, a Maria Tereza se viu personagem da tão famosa música de Chico, que leva o seu nome, e conta a sua história:“A primeira me chegou como quem vem do florista Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista.”Aos 23 anos, a Maria experimentou as dores e as delícias do primeiro amor. Livia era uma princesa encantada, daquela que tornava sonhos realidade. Ela acordava todos os dias às 5h da manhã para dar aula a criancinhas carentes, chegava em casa com pãezinhos e acordava Maria às 7h com beijinhos de bom dia. Mandava flores, escrevia poesia, rima e prosa. Era a nora que toda a sogra queria ter. E desde quando sogra escolhe nora? Foi tanto romantismo, tanto amor e tanto carinho, que o que era doce ficou enjoativo e a Terezinha disse não.“A segunda me chegou como quem chega do bar trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar.”Foi uma paixão fulminante. Enquanto o doce acalmava, o tempero picante acendia. A segunda paixão da Maria incendiou a sua vida por quase sete anos. E, no final, as brasas transformaram em cinzas sentimentos, esperança, e principalmente a inocência. Desiludida, mais uma vez, Terezinha disse não.“A terceira me chegou como quem chega do nada...”E eis que ela chegou... do nada. Jaqueta de couro, moto azul. Não era filósofa nem tinha cabelos vermelhos, lia Paulo Coelho e assistia Woody Allen. E entre as delícias do doce e o fogo do picante, ela seria provavelmente um arroz com feijão. Mas para Maria pouco importava, ela só via os olhos verdes. Um romance que não pedia nada, que não esperava nada. Tinha tudo pra dar certo...- Sabe Má, eu estou numa fase muito diferente da sua, acho que não vamos dar certo.- Sim... você acredita em fases, eu acredito em paixões. E não vai dar certo, não por causa de fases, mas porque não aconteceu. E paixão não se explica, ou é ou não é.E depois do terceiro não, Terezinha voltou a ser música, a paixão virou poema e a Maria voltou pra casa, comeu um pote de sorvete e se preparou para escrever a próxima estrofe da sua história, desta vez com um final feliz.


cio

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