A Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Governo do Estado, espera inaugurar até a 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 10 de junho, o Museu da Diversidade Sexual, um espaço dedicado à história e à memória da população LGBT brasileira. A informação é do titular da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, Franco Reinaudo.
Na entrevista concedida ao Mix que você confere aqui embaixo, Franco Reinaudo revela ainda que com a inauguração de telecentros na periferia paulistana o número de denúncias de homofobia na capital paulista subiu de 15 casos em 2011 para 49 ocorrências somente nos dois primeiros meses de 2012.
Ele conta ainda a importância da parceria com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e diz que a Cads está preparada para realizar suas atividades em meio à movimentação das Eleições municipais. Confira:
Existe uma prioridade de ação definida para este ano?
No nosso planejamento estratégico para 2012 existem 3 prioridades. A primeira é melhorar nosso atendimento às vitimas de homofobia na cidade de São Paulo. A segunda é a publicação do Plano Municipal de Promoção da Cidadania LGBT e Enfrentamento da Homofobia, baseado nas resoluções da Conferência Municipal; e a terceira é a implantação do Museu da Diversidade, parceria da prefeitura com o Estado.
E como vai ser a realização dessas três prioridades?
Bem o plano é uma articulação com a sociedade civil, através do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual e as diversas secretarias, contamos com um apoio importante da Secretaria de Governo. O Museu está bem encaminhado e deve iniciar as atividades na Parada, em junho. E os serviços para melhorar o atendimento estão sendo implementados. No final do ano passado inauguramos o telecentro online, isso já fez com que as denúncias na periferia tivessem um aumento expressivo, em janeiro foram 49 atendimentos, contra os 15 de 2011.
Quais as principais ações que serão desenvolvidas pensadas para o público gay masculino?
Não temos uma particularidade para os homens gays. Uma ação que acho interessante é a publicação de um material específico para os homossexuais idosos (incluindo as lésbicas).
A população T é a mais afetada pelo preconceito. Existe um pensamento especial para os e as trans?
As trans sempre foram prioridade para a Cads. Dobramos o número de bolsas do Programa POT de reinserção social, criamos o Aluguel Social, baseado em uma demanda das trans que têm dificuldade em encontrar moradia, são vários os projetos e ações que procuram minimizar a violência sofrida pelas TTs e pelos homens trans.
O fato de ser um ano eleitoral influi de algum modo no cotidiano? Como?
Sem dúvida é um ano mais delicado, ainda não sei bem como vai ser porque nunca passei por uma eleição municipal. Existem restrições, por isso já nos preparamos e nosso planejamento foi entregue com antecedência.
Qual ainda é o desafio? Existe algum projeto que ainda não foi possível realizar?
O desafio é a educação. Vamos iniciar em 2012 o “Diversidade vai ao CEU”, meu desejo era que ele já tivesse começado, mas aprendi que o poder público tem um tempo bem diferente, por lidar com dinheiro público existe uma série de processos e etapas a serem observados, às vezes isso nos deixa aflitos e atrasa nossas atividades, mas faz parte e temos que obedecer.
Como é o diálogo com a Coordenação Estadual, da Heloísa Gama?
Ótima, temos uma relação de cooperação técnica e uma série de projetos em parceria.
Quais projetos?
Temos a publicação de material de prevenção e segurança, o Estado participa da ação no Largo do Arouche com o esquadrão das Drags. Realizamos o Encontro Nacional de Gestores, a Conferência Regional, enfim, existem vários outros projetos em estudo como a Marcha Noturna contra a homofobia em maio no Dia Mundial da Luta Contra a Homofobia.
Tem algum planejamento já pensando no volume de gente LGBT que vem para a Copa do Mundo?
Estamos com duas ações, uma com o Sindicato dos Comerciários, que envolve a capacitação dos estabelecimentos comerciais; a outra é com a SP Turis e o São Paulo Convention, estudando ações focadas nos estabelecimentos ligados ao turismo e ao lazer. Outra ideia que estamos tentando viabilizar é promover em São Paulo um torneio mundial de futebol de salão feminino, para temperar um evento tão masculino e hétero com diversidade sexual e feminilidade.
A parceria com a Decradi continua em 2012?
Sempre, a DECRADI é fundamental, faz um trabalho brilhante pela comunidade LGBT e a Dra. Margareth Menezes é uma parceira inestimável que deveria ser mais reconhecida.
O que ela traz de proveitoso à comunidade LGBT?
A Decradi faz um trabalho de investigação e monitoramento dos grupos de intolerância, sem seu trabalho não sabemos o que poderia ter acontecido. Esta prevenção e trabalho evita que muitos casos de violência se concretizem.
Quais as ações para a região da Paulista/Brigadeiro, palco de tantas agressões homofóbicas?
Estamos trabalhando com a GCM, a instância municipal de segurança, ela recebe os dados do Mapa da Homofobia da Cidade de São Paulo, o trabalho de georreferenciamento dos pontos onde acontece a violência homofóbica, a partir dessas informações traçam algumas estratégias de segurança.
pride
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