A crítica norte-americana se dividiu em relação ao novo drama “com fome de Oscar” do diretor Clint Eastwood, J. Edgar, a biografia do controverso J. Edgar Hoover, que por cinco décadas foi a face irascível, odiada e temida da lei nos EUA. Com estreia prevista para 27 de janeiro no Brasil, em plena temporada de caça às estatuetas hollywoodianas, o filme tem uma qualidade unânime: todos elogiam a interpretação de Leonardo di Caprio no papel-título, em seu terceiro personagem de tonalidades homossexuais (aqui bem conflituosas), depois de O Despertar de um Homem (1993) e Eclipse de uma Paixão (1995), no qual interpretou o poeta Arthur Rimbaud, sem falar em cenas “complexas” no filme por ele judicialmente proibido pra exibição Don’s Plum (2001). O filme explora, entre outros temas, seu romance extraconjugal de longa data e por baixo dos panos, numa história até hoje pouco contada e/ou desconhecida, já que esta com certeza teria acabado com carreira e vida de Hoover.Considerando o fato de o roteirista ser o engajado e oscarizado Dustin Lance Black, do ótimo Milk – A Voz da Igualdade, era de se esperar um drama de transparente inclusão, o que se tornaria ainda mais interessante sob a direção do mito viril Clint. Mas a crítica também foi unânime em definir esta cinebiografia de confusa e imprecisa, expondo a figura de Hoover aquém do esperado. Black parece ter se intimidado com este ícone da repressão conservadora, o que não aconteceu ao se debruçar sobre a vida do militante Harvey Milk. Mas fica o ponto positivo para o mergulho de Di Caprio em mais um personagem de insuspeita riqueza humana.
mix
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