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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Autor do livro Amores no Masculino bate papo com o leitor sobre ser gay



Chega às livrarias brasileiras a segunda edição de “Amores no Masculino” (Editora RDG), livro escrito pelo advogado e professor André Ranzatti e que trava uma conversa franca, bonita, emocionante e simples com o leitor ao apresentar sua história de vida. Paulistano, bonito e jovem, o rapaz está se descobrindo homossexual e passando pelas mesmas fases que muitos gays já passaram – mas com a diferença de que consegue articular isso em palavras no papel.

São 146 páginas de uma escrita sem segredos que pode ser lida por todo mundo, sem exceção, principalmente por falar dos sentimentos humanos, comuns a todos nós, de maneira limpa e sem cair na sensualização demasiada que muitos dos romances de temática gay usam. O tom autobiográfico fica mais do que claro nas duas cartas reproduzidas bem na abertura do livro, escritas por ele uma para seu pai e outra para sua mãe onde assume que sente atração por pessoas do mesmo sexo.
André fala de si de forma sincera, como se escrevesse um diário com o intuito de levar suas preocupações – comuns a muitos gays no começo de sua vida sexual – para todos os leitores, uma maneira de fazer quem está lendo se sentir melhor consigo mesmo. Em seu começo pós-descoberta da sexualidade, André, lá pelos anos 90, lança mão das facilidades dos bate-papos de internet para começar a se aventurar no encontro com outros homens e se soltar mais, aproveitando que na web todo mundo é anônimo, ninguém vai saber que ele é ele.Em sua primeira investida já trava conversa com Fernando, um cara que parece ser bem bacana, mas que acaba desaparecendo como a maioria dos gays que não querem nenhum compromisso sério. “Evaporam como álcool”, define o autor na obra. Ele não perde as esperanças e, como a internet é a única alternativa (anos 90, baby) para quem não pode ser descoberto pela família, amigos e colegas de trabalho, se abre apenas para sua analista, André volta a navegar no bate-papo, onde conhece Pedro, outra tentativa frustrada de aproximação homossexual.Mas esse começo não é de todo mal e finalmente surge alguém especial na vida de André, Marcos, mais velho, mais maduro, com uma filha adolescente e a vontade de dividir seu espaço com alguém bacana. Começa então o primeiro relacionamento gay do autor, com briguinhas, ciúmes, frios na barriga, ansiedade e alegria de todo começo de namoro. Assim como aconteceu com você, ou com seu amigo. Essa história é bem conhecida, vale agora conferi-la pelo prisma de André Ranzatti.Confira um trecho do livro:
“Acreditem ou não, o Pedro nunca mais atendeu a um telefonema meu. Dá para entender? Nem lendo a obra inteira de Freud acho que adquiro conhecimento suficiente para desvendar aquele comportamento. Imaginem como fiquei. Que sensação estranha de não saber o que aconteceu. Ele não me disse nada, não explicou o porquê, nada.Assim, nunca a terapia teve um fim. Vou enlouquecendo aos poucos. Será que algum dia vou precisar de um psiquiatra? Espero que não. Cruzei com ele algumas vezes. Não tive coragem de perguntar o porquê dele não ter mais atendido aos meus telefonemas ou ter terminado o que estávamos vivendo juntos de forma mais honesta.”
“Amores no Masculino”- André RanzattiEditora RDG146 páginasR$ 29 em média.


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