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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Repórter testa o Disque 100, serviço do Governo federal que recebe denúncias de homofobia. Confira



O Governo Federal lançou há três meses o serviço LGBT do Disque 100 (número que recebe denúncias de violência contra mulheres, negros, indígenas, moradores de rua e recentemente também se equipou para tratar de denúncias de violência homofóbica). Além de receber a denúncia, o serviço promete encaminhar a ocorrência para autoridades policiais ou civis, dependendo do caso. Em casos extremos, o requerente pode pedir proteção do Estado.O serviço foi criado para receber denúncias de violência contra crianças, mas acabou sendo ampliado e hoje recebe reclamações de racismo, violências contra idosos e, mais recentemente, de homofobia verbal e física. Hélio Filho, nosso repórter especial, usou o serviço para denunciar um caso falso (desmentido logo depois de a reportagem terminar) para testar o serviço. Ele aprovou. Confira. A simpatia das atendentes é a marca registrada do serviço telefônico de denúncias de intolerância Disque 100, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. O número passou desde dezembro de 2010 a ouvir também as ocorrências com a população LGBT. Quando você liga, a voz vai te dando as opções de denunciar sobre crianças, idosos e demais populações geralmente vitimizadas. “Para questões relacionadas a LGBT digite quatro”, avisa a voz eletrônica em tom meio frio. Mas a frieza acaba por aí porque logo que a ligação é transferida (o que é feito bem rápido) uma voz simpática e acolhedora te atende com calma, falando pausadamente. A moça que me atendeu se mostrou até um pouco preocupada comigo mesmo antes de saber o quê exatamente estava acontecendo.Ela me explicou que o serviço funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, ou seja, sempre está à disposição. Criei uma história bem clichê sobre ter sido discriminado em um bar em São Paulo quando beijava meu suposto namorado. Disse que o garçom havia me dito que ali “não era lugar para aquelas coisas”. A atendente elevou um pouquinho o tom da voz e disse que “esse tipo de coisa não é certo”, e me incentivou a registrar a denúncia
Para registrá-la, você precisa fornecer o máximo de dados pessoais possíveis como nome completo, endereço, documentação pessoal, telefone e e-mail, que é para onde o Disque 100 envia o número de protocolo da sua denúncia. É com esse número que você pode ligar quando quiser para o 100 para acompanhar o andamento do caso, que na maioria das vezes é encaminhado ao Ministério Público. Para registrar minha denúncia eu precisei ainda dar a maior quantidade possível de informações também sobre o agressor, que neste fictício caso era um garçom.Como a discriminação era apenas para efeito de teste para este texto, cancelei a denúncia para não complicar ninguém. O andamento da denúncia é bem eficiente. Poucos minutos depois de desligar o telefone o serviço já me enviou um e-mail com o número do protocolo. O Disque 100 deve ser usado sem restrição e sem medo por todo mundo que se sinta discriminado em qualquer parte do Brasil pois ele é realmente eficiente. Parafraseando a atendente simpática, “a Secretaria Especial de Direitos Humanos agradece a sua ligação”.


pride

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