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domingo, 6 de junho de 2010

Parada Gay ganha tom político, mas presidenciáveis não aparecem


Com o tema "Vote contra a homofobia: Defenda a cidadania", a 14ª edição da Parada Gay, na avenida Paulista, em São Paulo, teve um tom mais político do que nas últimas edições, mas não contou com a presença dos principais pré-candidatos à Presidência da República: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). A primeira ficou em Brasília descansando. Marina já havia dito que não iria ao evento, e Serra não justificou a ausência.


Dos pré-candidatos à próxima eleição, apenas Marta Suplicy (PT), que vai disputar uma vaga no Senado, prestigiou o evento, com faz todos os anos. A ex-prefeita foi no trio da drag queen Salete Campari, pré-candidata a deputada estadual pelo PT. Marta recebeu a faixa de madrinha da Parada Gay e no pouco tempo que ficou no carro, disse que o evento alcançou a importância que tem hoje porque "muita gente deu a cara para bater".
A ausência dos presidenciáveis não comprometeu o tom do evento. Por toda a avenida, bandeiras, cartazes - alguns protestando contra a postura de políticos evangélicos na Câmara Federal - gravatas e pulseiras levavam as cores do arco-íris e mensagens políticas, como voto consciente contra a homofobia, mensagem que foi repetida diversas vezes nos carros que desfilaram pela avenida.


"Não pensem em candidatos que só prometem. Temos que votar em quem defende nossos direitos e os direitos humanos como um todo", disse Alexandre Santos, presidente da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo).
Para ele, a exigência mais urgente da comunidade LGBT é a criminalização da homofobia em todo o país. "Vocês viram o número de pessoas mortas no ano passado. Não podemos mais ter isso", afirmou.
Segundo a assessoria da Parada, a contagem de público será divulgada apenas nesta segunda-feira, mas a expectativa é de que o público deste ano alcance 3,2 milhões de pessoas.
Parada começa com versão eletrônica do hino nacional
Pontualmente ao meio-dia, o som dos trios elétricos começou a animar a 14ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Às 12h50, a versão eletrônica do hino nacional abriu oficialmente o evento.
Milhares de pessoas exibiram fantasias e um visual feito para chamar atenção. "Pode olhar que hoje não tô cobrando", gritava ao lado de um dos trios um Capitão América um pouco acima do peso.
Casais heterossexuais também desfilaram sem problemas pela avenida. "É um dia de cores, o dia deles", disse a estudante Maíra Ribeiro, que pela terceira vez acompanha a parada ao lado do namorado. Nas calçadas, crianças se divertiam com as fantasias.
Na avenida, a música "Bad Romance", da cantora Lady Gaga, animou o público, tocando repetidas vezes. Quem esperava ver vários sósias da cantora pela avenida se decepcionou. Os visuais mais frequentes eram de super-heróis, gregos, rainhas e misses, sempre, claro, luxuosas com muita purpurina, brilhantes e maquiagem.
Nos 20 trios, além de órgãos governamentais, parceiros e ONGs ligadas à comunidade gay, sindicatos marcaram presença. De acordo com a diretora do SEESP (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo), a participação do sindicato quer ajudar a trazer de volta o caráter político da parada. "Não é só festa, tem uma questão política que a parada traz que muitos esquecem. Nós e os trios de outros sindicatos queremos reforçar isso". Ao lado do SEESP, desfilam trios do Sindicado dos Comerciários e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

O clima de "protesto em forma de festa" também abriu espaço para outras reivindicações. Chamou atenção uma cadeira de rodas gigante, bem no meio da avenida. Era o cadeirante Ibraim fazendo seu protesto. Acompanhou todo o desfile sentado, exibindo um cartaz com a seguinte frase: "Vamos torcer juntos pela nossa vitória".
Pouco depois das 17h, todos os trios já haviam percorrido toda a avenida Paulista e já tomavam conta da rua Consolação. Segundo a assessoria do evento, os últimos trios elétricos chegaram à praça Roosevelt, na região central da cidade e local de encerramento da parada, às 18h15.
Furtos e atendimentos
Apesar do forte esquema de segurança que foi armado para a Parada, a polícia não conseguiu evitar alguns transtornos para quem participou do evento.
A Guarda Civil Metropolitana registrou queixas de furtos de celulares e de máquinas fotográficas. Até as 18h haviam sido registradas 11 ocorrências no 3º DP, no 4º DP (Consolação), no 5º DP (Aclimação) e no 78º DP (Jardins), segundo informações do coronel Renato Cerqueira Campos, comandante do policiamento da região central da cidade.
Para este ano, o investimento em segurança foi de R$ 1 milhão, com 600 homens da Guarda Civil Metropolitana, 130 veículos e 15 motos.
Com relação aos atendimentos médicos, não houve registros de casos graves até o final da tarde. O caso mais grave foi de uma jovem com parada cardíaca. Depois de ser atendida no Posto de Atendimento, ela foi encaminhada a um hospital.
uol

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