Quando despontou mundialmente com o fenômeno de bilheteria “Titanic”, em 1997, Leonardo DiCaprio recebeu uma leva de críticas negativas sobre sua atuação – muito aquém do trabalho mostrado pelo seu par romântico, interpretado pela atriz Kate Winslet. 14 anos depois, além de investir na carreira de produtor, DiCaprio mostrou que amadureceu como ator. O resultado da evolução está claramente presente em “J.Edgar”, filme dirigido por Clint Eastwood que estreia nesta sexta-feira, 27 de janeiro, nos cinemas brasileiros. Em cena, a história do homossexual John Edgar Hoover, um dos mais importantes diretores do FBI e homem forte de uma das maiores instituições americanas durante 48 anos. A produção também conta com o belo Armie Hammer (de “A Rede Social”), que intepreta Clyde Tolson, o amante de Hoover (DiCaprio), que trabalhou como diretor assistente no FBI de 1947 a 1972. Ainda que o filme consiga intercalar de maneira equilibrada a carreira profissional a momentos pessoais de J. Edgar, o roteiro de Dustin Lance Black – homossexual assumido que faturou o Oscar de melhor roteiro por “Milk - A Voz da Igualdade” – comete uma leve falha no final da trama ao não dar o peso necessário às críticas que J.Edgar recebeu bem no final de sua carreira. Durante os últimos anos de vida, em vez de combater os criminosos, ele se dedicou a censurar congressistas e perseguir líderes do movimento negro.Por outro lado, o filme ganha por tratar com a delicadeza e a discrição necessárias fatos importantes da vida de J.Edgar como o envolvimento com Clyde Tolson, um dos diretores do FBI. Cada uma das cenas entre os dois é corretamente pontuada, deixando à tona que de fato existia uma relação, que mesmo não sendo assumida publicamente, era do conhecimento de todos.Ao passo em que a pressão sobre Hoover aumenta, cresce também a pressão de si mesmo e do seu amante em cima da relação de ambos. Até então com sentimentos discretos e contidos, a cena em que os dois se agridem revela uma explosão de sentimentos: raiva e amor, desejo e tensão, culminando com o beijo gay do filme, garantindo um dos melhores momentos da trama. O grande destaque é mesmo a interpretação de Leonardo DiCaprio, que da juventude à velhice de J.Edgar, entrega uma das melhores atuações de sua carreira. Ainda integram o elenco Naomi Watts (que assume o papel de Helen Gandy, secretária de Hoover), Ed Westwick (o agente Smith, um policial honesto que começa a escrever uma biografia sobre Hoover a pedido dele), Judi Dench, Jeffrey Donovan (ator protagonista da série “Burn Notice”) e Lea Thompson.
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