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sexta-feira, 5 de junho de 2009

VEREADORES DERRUBAM VETO E INSTITUE

Os polêmicos pronunciamentos de dois vereadores religiosos não foram suficientes para manter o veto do Prefeito Beto Richa (PSDB) contra o projeto da Vereadora Julieta Reis (PSB) que institui o dia 17 de maio como Dia Municipal Contra a Homofobia.O maior defensor do veto foi o vereador e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Valdemir Soares (PR), o parlamentar citou diversos trechos da bíblia para justificar seu voto e garantiu se caso o veto fosse derrubado a Câmara de Vereadores de Curitiba passaria por um grande constrangimento e a capital do Paraná teria sua imagem “denegrida” (Sic) por aprovar a lei. No fim da sessão o vereador voltou à tribuna, disse que lavaria as mãos e alertou novamente os vereadores e vereadoras sobre o perigo de se votar a favor de tal projeto, e que deixava a decisão nas mãos de Deus. A vereadora Julieta Reis em sua defesa pelo projeto informou que várias cidades no Brasil já instituíram esta data e que Curitiba não poderia ser uma exceção, “O Paraná é o estado mais violento do sul, a homofobia em nossa cidade e em nosso estado são alarmantes, quem votar a favor do veto estará votando na discriminação que exclui, agride e mata” disse a vereadora. O vereador Custódio da Silva (sem partido) que no início da sessão havia declarado ser contra o projeto: “Voto pela bíblia. Fornicação já é pecado, entre dois homens é um pecado ainda maior”, disse o parlamentar. Após a defesa da autora do projeto, Julieta Reis, o vereador mudou seu voto e declarou: “Deus me deu discernimento e não é o diabo que vai fazer eu votar a favor da violência, por isso votarei contra o veto do prefeito”, finalizou. Com votação secreta o resultado foi de 20 votos contra o veto e 07 para mantê-lo. O resultado foi aplaudido e comemorado por muitos parlamentares e por militantes. Toda a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), composta pelos vereadores: Professora Josete, André Passos, Pedro Paulo e Roseli Isidoro, em seus pronunciamentos foram favoráveis a derrubada do veto do Prefeito ressaltando a importância do reconhecimento dos Direitos Humanos. Outros apartes de apoio foram realizados pelos vereadores Jair César (PTB), Serginho do Posto (PSDB) e Valdenir Dias ( PSB) que declarou “o veto é uma discriminação que não pode ser admitida”, também defendendo a derrubada. O presidente da casa João Cláudio Derosso (PSDB) recebeu em seu gabinete a diretoria do Grupo Dignidade, e o Presidente da ABGLT, Toni Reis, que estiveram durante toda a tarde na Câmara solicitando apoio ao projeto. A Diretora Presidente do Grupo Dignidade, Simone Valencio que acompanhou toda a sessão: “Foi um absurdo alguns vereadores discutirem a homossexualidade e não mérito do projeto que é o combate à homofobia”, disse Simone. O Coordenador de advocacy do Projeto Aliadas de Curitiba, Enéias Pereira ficou feliz com a vitória: “Fizemos um trabalho de articulação durante todos esses dias, agora temos mapeados os parlamentares favoráveis aos direitos humanos da comunidade GLBT”. Enéias ressaltou sobretudo a importância da discussão sobre a laicidade das ações legislativas, visto o grande número de vereadores que invocavam a bíblia e o nome de Deus nas suas falas. O Presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) Toni Reis comemorou: “Foi a vitória do bom senso, a Câmara dos Vereadores de Curitiba respeitou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a constituição”.

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