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domingo, 27 de novembro de 2011

Comentário de Caio Castro é repudiado pela militância LGBT



O comentário do ator global Caio Castro considerado homofóbico, e defendido pelo autor de novelas Aguinaldo Silva, provocou resposta da militância brasileira. Em nota na última quinta-feira, 24 de novembro, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) considerou a fala ofensiva e ainda parabenizou o ator por ter se retratado logo em seguida.Na mensagem, a ABGLT esclarece ao ator que “dizer que é ‘melhor ser pegador do que veado’ é ofensivo à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), mesmo que sua fala tenha sido publicada fora do contexto original”. Confira na íntegra: Nota da ABGLT ao ator Caio CastroA ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – é uma entidade nacional que congrega 257 organizações congêneres de todo o Brasil, tendo como objetivo promover e defender os direitos humanos destes segmentos da sociedade. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.Posto isto, em primeiro lugar, a ABGLT gostaria de sinceramente parabenizá-lo pelo excelente trabalho que vem desempenhando na novela “Fina Estampa”. Seu rápido progresso profissional é seguramente o resultado de muito esforço e sacrifício, e sem dúvida merecedor de admiração. Continue sempre assim, lindo, talentoso e batalhador, para que continuemos a ter o prazer de aplaudi-lo em cada um de seus futuros passos profissionais.No entanto, dizer que é “melhor ser pegador do que veado” é ofensivo à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), mesmo que sua fala tenha sido publicada fora do contexto original; pode ser que você estivesse brincando, da mesma forma que muita gente brinca com esse assunto no Brasil. Pesquisas recentes mostram que há uma quantidade significativa de crianças e jovens estudantes LGBT que são achincalhados diariamente por seus colegas com palavras semelhantes às que você disse e quando esses fatos são relatados aos educadores responsáveis, a reação quase sempre é “ah, foi uma brincadeirinha de criança/adolescente.” Infelizmente, “brincadeirinhas” dessa natureza são suficientemente dolorosas para que um grande número de crianças e jovens LGBT decidam abandonar os estudos pelo simples fato de não “aguentar a barra”. Sem dúvida esta última afirmação, além de constar nas pesquisas acima mencionadas, pode ser corroborada pessoalmente junto aos vários amigos gays que você disse ter.Dizer que é “melhor ser pegador do que veado” é uma declaração de valores desnecessária e que afeta muita gente, nesse caso específico, a juventude brasileira LGBT. Quando um artista tão querido do público como você diz, por exemplo, “prefiro ser magro a ser gordo”, a juventude gordinha que admira esse ídolo sente-se genuinamente magoada, por mais verdadeira – e digna de respeito – que seja a preferência desse mesmo profissional em ser magro.Apesar de reconhecermos a importância de você ter rapidamente elucidado o mal entendido causado por sua fala, gostaríamos que você não minimizasse jamais a mágoa que declarações aparentemente corriqueiras podem causar em outras pessoas, principalmente aquelas que mais nos querem e nos ajudam a sermos o que somos, profissional e pessoalmente.ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais24 de novembro de 2011


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