Com a “desestatização do movimento militante no Rio de Janeiro feita pelos militantes nomeados pelo governo” como principal pauta, está sendo construída em terreno fluminense a União Brasileira Suprapartidária LGBT, formada por profissionais liberais que não querem ter suas demandas como homossexuais atreladas ao funcionamento da máquina pública. E os criadores avisam: não é e nem pretende ser uma ONG e não tem e nem pretende ter uma sede e receber recursos públicos para suas ações.Segundo o ativista Marcelo Garcia, um dos responsáveis pela iniciativa, a Suprapartidária surgiu pela insatisfação com o que ele chama de atual realidade do movimento no Rio. “Teve militante que foi contratado pelo governo e não abriu mão do movimento, não queremos o movimento atrelado ao Estado”. Marcelo afirma ainda que isso é prejudicial porque as pautas da militância acabam à mercê do Poder Público.Ele cita como exemplo a Parada do Rio, que antes era realizada em junho (Mês do Orgulho LGBT no mundo todo), depois outubro e neste ano rola no próximo domingo, 14. Marcelo alerta ainda que “as decisões da Parada que são da comunidade gay estão sendo tomadas pelo Palácio da Guanabara”, excluindo ao mesmo tempo a responsabilidade do governador fluminense, Sérgio Cabral. “Ele não tem nada a ver com isso, são funcionários que fazem isso. E não é só no Rio, é no Brasil inteiro.”Livre e criativa Para fazer frente à “estatização do movimento”, o grupo do Rio de Janeiro, que já realizou duas reuniões e interage majoritariamente pela internet, vai abrir mão da estrutura clássica usada pelo movimento LGBT no Brasil e não vai ser uma ONG, não vai ter sede (vai circular pelas casas, andar mesmo), não vai receber recursos públicos e não vai prestar serviços ao governo. Marcelo explica que a estrutura física poderia prejudicar a liberdade da iniciativa porque “quando você começa a ter despesa começa a bater na porta do governo. Fica mais preocupado em pagar a conta de luz do que com nossas pautas”. A Suprapartidária já planeja um programa de rádio na Bandeirantes ou na Metropolitana do Rio de Janeiro. O programa piloto vai ser gravado já no próximo dia 19. Marcelo diz que seu grupo é formado por profissionais liberais que querem discutir uma maneira de unir militância e profissão sem causar prejuízos. É permitido ter partido político, desde que seja uma escolha individual e não em nome do grupo ou liderança. “Somos apenas contra partidos homofóbicos.”O ativista está “animado para recuperar ideias e sentimentos de pessoas que são gays e não estão no armário, mas que não querem ser assalariadas por isso”. Quem quiser participar de todo o Brasil pode. É só mandar um e-mail para g.marcelo@uol.com.br ou seguir pelo Twitter @marcelogarcia_.
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