Há poucos dias, tive a sorte (ou falta dela) de viajar uma fila atrás de um senhorzinho em cadeira de rodas que falava e falava sem se importar se alguém queria ouvir.Somente ao desembarcar no aeroporto de Salvador, pude ver a figura e tive muita pena de não ter sido a pessoa sentada ao seu lado. Porque, à alegria de estar voando entre as nuvens aliviado de sua invalidez, acrescentou histórias interessantíssimas da sociedade, política e cultura da Bahia com franqueza que os (talvez) noventa anos ou mais permitem.É para o passageiro desconhecido do voo Gol 1535 das 15 horas (e que nunca vai ler) que escrevo agora esta mini-minibiografia de seu ídolo declarado (e meu também), Pierre Verger, o Fatumbi, uma celebridade LGBT.No site da Fundação Pierre Verger, o leitor vai encontrar todas as informações, calendário de exposições, entrevistas, depoimentos, trabalhos universitários e muito mais sobre o querido “mensageiro entre dois mundos”.**Pierre Edouard Léopold Verger nasceu em Paris em 4 de novembro de 1902, numa família da alta burguesia. Sempre na contramão do protocolo rígido do seu meio social nunca pode, no entanto, expressar seus verdadeiros valores.Interessado em fotografia, decidiu romper depois da morte da mãe (1932), sua última ligação com o passado: com uma mochila e uma Rolleiflex, saiu pelo mundo. Seguiu para a Córsega, 1.500 km a pé, em companhia de Pierre Boucher, seu Mestre na arte, com quem fundou (1934), a agência de fotógrafos independentes Alliance Photo.
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